Com balanço vejo o mundo – à minha frente só a vidraça brilhante e atrás de mim apenas as tábuas do soalho, demasiado escuras, onde estão gravadas as marcas das nossas vidas.
Guardam histórias, segredos, brigas e reconciliações, essas tábuas manchadas e já sem brilho.
Neste momento o ranger suave da terceira tábua a contar da direita (aquela que tem a terrível mancha de tinta verde) avisa-me que já chegaste.
Um beijo no topo da cabeça, um no pescoço e outro no ombro – é assim que me deixas saber que tiveste um dia longo, sem mesmo me olhares nos olhos.
E eu não o digo e tu também não – hoje as palavras não são precisas…
(ficam para amanhã…)
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